segunda-feira, 27 de junho de 2011

Inclusão Social na Babilônia??

Segundo a Wikipédia, Inclusão social é oferecer aos mais necessitados oportunidades de participarem da distribuição de renda do País, dentro de um sistema que beneficie a todos e não somente uma camada da sociedade. 
Sou adepto  da sustentabilidade, da economia solidária, das agroflorestas, da ecologia profunda, do compartilhar incondicional, da compaixão, da vibração positiva, da I-rmandade, da ajuda mútua, da integração harmônica do homem com a natureza e dos homens entre si, da descoberta da vocação Divina presente em cada um, de agir no Aqui e Agora, da verdadeira transformação, da crítica não-afirmativa [aquela que não re-alimenta o sistema babilouco], da dedicAção, do amor incondicional, do encontro com Deus(a), da espiritualidade...
Para saber mais sobre o que fiz e faço neste mundo em que vivemos, leia a postagem Minhas Atitudes.

No entanto, sem desmerecer a campanha da qual estou participando [pois sei das boas intenções], não posso me furtar a criticar o termo "inclusão social" e a definição do mesmo conforme oferecida pela enciclopédia livre e reproduzida na postagem da Ester, à luz do paradigma crítico da Teoria das Organizações.

Primeiro, o termo: "inclusão social". Acho demagógico e meramente assistencialista. No século XVI, os colonizadores portugueses incluíram os nativos indígenas brasileiras no seus sistema mercantil e trouxeram o conceito de sociedade urbana... resultado no Brasil de hoje: miséria, degradação da cultura indígena, alcoolismo, a maior parte da população nativa foi erradicada... sorte dos que não foram incluídos nisso, e ainda hoje podem praticar seu modo de vida natural e sustentável, mantendo a visão de que somos parte da Terra e ela é parte de nós. Não sou eu que vou incluí-los nesta tragédia que é a sociedade em que vivemos, baseada no medo, no dinheiro, no lucro e na moral judaico-cristã. Prefiro eu ser incluído em outra sociedade...

Segundo, a definição: "oferecer aos mais necessitados". Quem define isso? Quem vai taxar um I-rmão de necessitado? Necessitam do que? Tudo? Vamos taxar algumas pessoas [ou crianças, como é bem comum] de carentes? Quem vai carregar um fardo destes?

"Participarem da distribuição de renda do País dentro de um sistema que beneficie a todos e não somente uma camada da sociedade". Que sistema é esse que eu não conheço? Será que não precisamos então criar este sistema, ao invés de "incluir" os "necessitados" em um sistema falido?

Este termo, inclusão social [e seu derivado, a inclusão digital], diz respeito justamente à inclusão de pessoas no mercado de trabalho. Mercado este que já está saturado, e que conta com um "exército reserva" lutando contra a fome para sobreviver. Incluir pessoas na luta pela sobrevivência, ao invés de permitir que as pessoas vivam.

Karl Polanyi, em sua obra "A Grande Transformação", coloca que a criação do mercado de trabalho é um processo de transformação do trabalho e da mão-de-obra em mercadoria. Uma mercadoria fictícia, claro, mas ainda sim uma mercadoria. Durante a introdução deste sistema na Inglaterra no século XIX, constatou-se que a única maneira de obrigar as pessoas a trabalhares era criando outra mercadoria fictícia: a terra. E ao cercar a terra e impedir o camponês, ao nativo e ao índio de viver em sua comunidade de forma harmônica, como vinha fazendo há séculos, criou-se a única mtoivação possível para alguém se auto-condenar à triste inclusão social no mercado de trabalho: a ameaça da fome e o espectro da morte por inanição. Fica assim, sem saída!

Resumindo: alguém em sua plena consciência só se sujeitaria a trabalhar se ameaçado pela fome e pela pobreza. Esta é a louvada inclusão social... a criação da classe dos sofredores.

Para fechar esta reflexão, alguns insights de Robert Nesta Marley, OM, a respeito da questão proposta:

Babylon System
Letra e música: Bob Marley
Tradução livre: Gabriel Dread

Nós nos recusamos a ser
O que vocês querem que nós sejamos
Nós somos o que somos
Este é o jeito que as coisas vão acontecer

(Se você não sabe)

Vocês não podem nos educar
Para nenhuma igualdade de oportunidades
Estou falando de liberdade
Libertação das pessoas e liberdade

Nós estamos caminhando na prensa de vinho
Por tanto tempo
Temos que nos rebelar
Temos que nos rebelar agora
(Rebele-se!)

O Sistema Babilônico é o vampiro
Sugando as crianças dia após dia
O Sistema Babilônico é o vampiro
(Império em decadência)
Sugando o sangue dos sofredores
Construíndo Igrejas e Universidades
Enganando o povo continuamente
Graduando ladrões e assassinos
Cuidado: eles sugam o sangue dos sofredores

(10X)Diga às crianças a verdade

Porque nós estamos caminhando na prensa de vinho
Por tanto tempo
Temos que nos rebelar
Temos que nos rebelar agora
(Rebele-se!)

Desde o dia em que deixamos a terra de nosso Pai
Nós fomos massacrados
Nós fomos oprimidos

Nós sabemos de tudo
Temos que nos rebelar
Alguém deve pagar pelo nosso trabalho.

Artigo publicado originalmente no blog Irradiando Luz. Reproduzido mediante permissão, de acordo com a licença Creative Commons.

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